sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Os melhores romances da FC brasileira - Parte 2

Li O homem que viu o disco voador (1958), de Rubens Teixeira Scavone, quando ainda era muito jovem, mas ainda me lembro de um conjunto de impressões muito fortes. Trata-se de um romance poderoso, que investe nos mistérios da ufologia que, na época em que o livro foi escrito, ainda não havia se tornado a paraciência que é hoje. Scavone era um autor sofisticado, senhor de um estilo erudito, por isso ao publicar o romance pela primeira vez, assinou como Senbur Enovacs, um segredo de polichinelo, pois trata-se apenas do seu próprio nome escrito ao contrário, mas resultou. O livro foi bem recebido e todos ficaram curiosos sobre a origem do autor, que se acredita ser possivelmente tcheco. Mais tarde, quando o livro foi republicado – e o foi diversas vezes – passou a assinar com seu verdadeiro nome. O tema da ufologia não é muito caro à ficção científica, há inclusive algum preconceito, mas no Brasil trata-se de um tema recorrente e muito produtivo, do qual este romance é seu mais importante representante. O homem que viu o disco voador foi resenhado no Anuário 2008. Contudo, este não é o mais significativo trabalho do mestre.
Sua obra prima é O 31º peregrino (1993), uma novela também com viés ufológico, que se apropria do estilo de Os contos de Canterbury, obra do século XV do escritor inglês Geoffrey Chaucer. Scavone insere um 31º personagem a peregrinação à Catedral de Cantuária, uma mulher grávida e amaldiçoada que desequilibra o grupo. Ela sofre um destino trágico depois que testemunha o aparecimento de uma estranha luz no céu. A novela é forte e impactante, certamente uma das melhores obras da FC em língua portuguesa, resenhada no Anuário 2007.
Jerônimo Monteiro foi certamente a personagem principal daquela que chamamos a Primeira Onda da Ficção Científica Brasileira. Monteiro organizou toda a sua carreira em torno da ficção fantástica, como autor e editor, e entre seus muitos escritos importantes está o romance Fuga para parte alguma (1961), que conta a história do fim da civilização, vitimada pelo avanço de um outro ser vivo, melhor preparado para ocupar o ecossistema terrestre: a formiga. Suas imensas cidades subterrâneas, construídas sob as cidades humanas, acabam por destruir toda a infraestrutura da superfície, obrigando os humanos a saírem delas e procurar por lugares onde os vorazes insetos não possam chegar, o que parece impossível. Uma autêntica ficção científica aos moldes daquela praticada nos EUA, que ainda hoje é uma leitura perturbadora.
Um dos mais expressivos autores da fantasia brasileira foi, sem dúvida alguma, o goiano José J. Veiga. Suas histórias invariavelmente seguiam os caminhos do mistério e das coisas estranhas e não explicadas. Para Veiga, a fantasia era um modo de desnudar a alma de suas personagens, revelando os aspectos sombrios e insuspeitos das relações humanas.
Praticamente todos os seus romances são clássicos da fantasia e, entre eles, temos alguma FC, talvez um tanto alegórica para o gosto dos fãs mais empedernidos, mas nem por isso menos ficção científica do que se pode desejar. A hora dos ruminantes (1966), resenhado no Anuário 2006, conta a história de um pequeno povoado que, certo dia, percebe que uma grande operação está sendo realizada em suas redondezas. Muitos caminhões e trabalhadores chegam ao local, mas não há interação com os moradores, que ficam cada vez mais curiosos. Não se sabe o que se trata a tal operação, mas ela traz consequências dramáticas para a cidade, coisas das quais nunca mais poderão ser esquecidas.
Outro romance poderoso de Veiga é Sombras de reis barbudos (1972), a história mais FC do mestre. Trata-se de uma distopia política, aos moldes de 1984, de George Orwell, em que as pessoas de uma determinada comunidade são encarceradas em suas casas por altos muros e uma polícia política tão implacável quanto sem objetivo.
Veiga não esteve associado a nenhum grupo de FC&F, mas produziu alguns dos melhores textos do gênero e chegou a flertar com a história alternativa antes que qualquer outro brasileiro tivesse pensado em fazê-lo. Em A casca da serpente (1989), Veiga traça uma linha histórica alternativa para a Guerra de Canudos, na qual Antônio Conselheiro não morre. Uma premissa muito instigante, com certeza.
Outra história de ficção científica alegórica e perturbadora é Asilo nas torres (1979), de Ruth Bueno. Resenhada no Anuário 2009, é uma novela com um criativo tratamento formal. Conta a história de duas mulheres em tudo opostas, que vivem à sombra de três altíssimas torres que abrigam uma repartição pública industrial, onde praticamente todos trabalham. Não há, aparentemente, mais nada na vida das pessoas além do que as próprias torres, e todos vivem em função delas. Aos poucos, as duas mulheres vão sendo confrontadas, com um final poético e redentor.
Dentre os grandes autores da primeira onda da ficção científica brasileira, um dos poucos que ainda está vivo é André Carneiro. Como todos os outros, a obra de Carneiro é mais retumbante na ficção curta, mas ele tem pelo menos um romance muito significativo, Piscina Livre (1980), resenhado no Anuário 2005. A história fala de uma utopia sexual futurista, na qual os tabus foram superados e as mulheres usam livremente os serviços da Piscina Livre, uma espécie de prostíbulo masculino onde as mulheres podem gozar momentos de satisfação com andróides especialmente desenvolvidos para esse fim. Mas nem tudo é perfeito nesse futuro de total liberdade sexual. Um romance importante que resume perfeitamente as ideias deste que é o mais feminista autor da FC brasileira.
Na minha opinião, o melhor de todos os romances da ficção científica em língua portuguesa é o incisivo Não verás pais nenhum (1981), de Ignácio de Loyola Brandão, extensamente comentado no Anuário 2006. Parte de um projeto do autor, iniciado com o romance Zero (1975), Não verás país nenhum é uma distopia que acompanha os descaminhos políticos e econômicos de um país em que a ditadura militar se perpetua, cometendo absurdos sobre absurdos, tudo testemunhado por um protagonista impotente que tenta sobreviver me meio ao caos. Deveria ser leitura obrigatória para o vestibular. Infelizmente, é o único romance de FC de Brandão, que tem alguns contos muito bons também.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Os melhores romances da FC brasileira - Parte 1

Há algumas semanas, conversando com meu colega de Anuário, Marcello Branco, discutimos a respeito dos melhores romances da ficção científica brasileira. Esta é uma daquelas discussões difíceis, porque passa por muitas definições nem sempre possíveis, especialmente em se tratando de ficção científica, além da definição de romance que, no Brasil, tem a ver com a forma narrativa e, nos EUA, com o tamanho físico do texto.
Como eu me importo muito pouco essas definições, vou fazer aqui um levantamento do que, na minha opinião, está entre o melhor que os autores brasileiros de ficção fantástica já produziram.

Por uma questão de pioneirismo, inicio a lista com O Doutor Benignus (1875), de Augusto Emilio Zaluar, embora não seja ficção científica na minha opinião – pelo menos não mais do que A volta ao mundo em 80 dias, de Julio Verne. O romance, resenhado no Anuário 2007, conta sobre uma expedição científica ao planalto central, movida por um intelectual do Rio de Janeiro em busca da prova da habitabilidade do Sol, que acaba acontecendo apenas numa visão do protagonista depois de avistar a queda de um meteoro. O mais interessante da história toda é a descrição da natureza da região central do Brasil que, se não é exata, pelo menos é inspiradora.
Ainda que muita gente torça o nariz, eu não tenho nenhum pudor em relacionar a novela "O alienista" (1882), de Machado de Assis, como uma das mais importantes obras da ficção científica brasileira. Muito antes da New Wave, Machado já especulava sobre as ciências humanas - no caso, a psicologia, que só seria tema da FC internacional mais de 50 anos depois dele. Resenhada no Anuário 2008, em homenagem ao centenário da morte do autor, a novela conta sobre a decisão de um respeitado médico psiquiatra em compreender a mente humana e extirpar dela toda e qualquer loucura. Para isso, instala uma clínica numa pequena cidade interiorana e começa a realizar seus estudos com a população local. Os considerados loucos eram imediatamente trancafiados e submetidos ao tratamento experimental do médico. Aos poucos, toda a população da cidade acaba aprisionada no manicômio.

Outro romance a ser registrado é o excelente A Amazônia misteriosa (1925), de Gastão Crulz, que li há poucas semanas e será resenhado no Anuário 2010. Em muitos apectos, parece-se com o romance de Zaluar, com amplo destaque para a descrição da natureza amazônica, especialmente sua geografia, que o autor executa com maestria. Contudo, Crulz avança vigorosamente na ficção científica ao instalar, no meio da selva, uma aldeia na qual vive um importante cientista europeu que ali desenvolve um trabalho secreto, no qual utiliza os animais e a população nativa da região. Qualquer semelhança com A ilha do Dr. Moreau, de H. G. Wells, não deve ser coincidência.

O escritor modernista Menotti Del Picchia emplaca dois títulos nesta lista. A filha do inca (1930) e Kalum (1940), ambos passados mais ou menos no mesmo universo. Também são histórias que ocorrem em meio à floresta tropical da região centro-oeste, porém Del Picchia não se dedica com tanto afinco a descrever o ambiente e investe mais e melhor nos personagens e nas situações de ação. Em A filha do inca, os sobreviventes de uma expedição científico-militar dizimada por um ataque indígena, descobrem uma cidadela perdida onde habita uma civilização de robôs, descendente de antigos navegadores fenícios que chegaram à América centenas de anos antes de Colombo.

Em Kalum, novamente às voltas com uma tribo agressiva de índios, o sobrevivente de uma equipe de filmagens acaba por encontrar uma civilização de homens minúsculos vivendo nas profundezas de uma caverna. Ambos os livros foram comentados no Anuário 2005.

Por ser o mais polêmico romance de toda a FCB, O presidente negro (1926), de Monteiro Lobato, tem que ser lembrado. É racista, mas é relevante. Conta a história de um jovem escriturário meio boçal que, depois de uma acidente automobilístico, é socorrido por uma jovem cientista que está pesquisando a história do futuro através de um equipamento chamado porviroscópio, inventado por seu pai, um cientista de renome. Nesse futuro, os EUA elegem o primeiro presidente negro, criando um grande problema político para a civilização. O livro foi resenhado no Anuário 2006.

Uma das obras primas da ficção científica brasileira é Zanzalá (1936), de Afonso Schmidt, FC de primeira linha, com tudo o que o gênero tem direito: futuro distante, tecnologia extrapolada, utopia e um movimentado conflito militar. Conta a história de um casal que se muda para um povoado utópico encravado nas encostas da Serra do Mar. Ali, vivem em perfeito idílio e comunhão total com a natureza e com seus semelhantes. Porém, a felicidade desse povo não é vista com bons olhos pelos povos bárbaros no norte que, a certa altura, atacam o povoado com toda a sua potência bélica. Sem dúvida, uma obra de fôlego que merece ser lembrada. O romance foi resenhado no Anuário 2006.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Caligari: do cinema aos quadrinhos

Recebi diretamente do autor Gian Danton, o arquivo completo de Caligari: do cinema aos quadrinhos, ebook de 44 páginas, número 19 da Série Veredas da Editora Marca de Fantasia, agora em sua fase virtual.
Caligari tem dois focos principais, complementares e interessantíssimos. O primeiro é um ensaio assinado por Danton sobre O gabinete do Dr. Caligari, clássico expressionista alemão, dirigido por Robert Wiene em 1920 que, por si, já vale totalmente a edição. Contudo, as páginas finais deste volume trazem ainda uma adaptação do filme em sete páginas de quadrinhos, com roteiro de Danton e os irrepreensíveis desenhos de José Aguiar, originalmente produzida para a revista Manticore, mas que persistia inédita até esta publicação.
Diz o relise: "Em Caligari: do cinema aos quadrinhos, o roteirista Gian Danton (Ivan Carlo Andrade de Oliveira) analisa o filme desde a elaboração do roteiro à sua influência para o cinema mundial e em especial para o cinema alemão. Aborda também questões polêmicas, como a moldura introduzida no roteiro por Fritz Lang, e os cenários pintados com a técnica expressionista, que permitiu à película mostrar uma realidade mental, absolutamente revolucionária para a época."
A publicação pode ser conseguida gratuitamente, bastando solicitar uma cópia do arquivo ao editor, aqui.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

R.I.P. 6

Está disponível para download gratuito o número 6 do fanzine Read In Peace, editado por M. D. Amado para o saite Estronho.
A edição traz um artigo de Rober Pinheiro sobre a nova onda da fantasia literária: os mashups; contos de Agnes Mirra, Alexandre Cthulhu, Marius Arthorius, Júnior Cazeri, C. R. Cassanoc e Carolina Mancini; e poemas de Matheus Geraldo Freitas Cota, Alessandro Reiffer, M. D. Amado e Narinha.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Lançamento do Anuário 2009: como foi?

Desde do dia 12 que eu embarquei na maior aventura viral deste ano: acometido de uma gripe fortíssima e galopante, tive um período atribulado, mas não podia deixar de comparecer ao lançamento do Anuário 2009, realizado na noite quente do último dia 15, sexta-feira.
Mesmo com toda a indisposição que uma gripe dessas causa, mantive a programação e às 18 horas já estava na Livraria Martins Fontes, a espera dos convidados.
A Livraria instalou no piso térreo uma elegante mesa, na qual colocou uma enorme taça de amendoins confeitados e outras guloseimas salgadas, que foram o grande sucesso da noite.
Por volta das 19 horas começaram a chegar os nossos amigos, que formaram um grupo animado e ruidoso. Além do Marcello Branco, coautor do Anuário que compareceu com sua namorada Rossana, seu pai e seu irmão, vieram vários escritores, como Roberto Causo e sua esposa Finísia Fideli, Alvaro Domingues, Nelson de Oliveira, Adriano Siqueira, Giulia Moon, Daniel Fresnot, Sergio Pereira Couto, Daniel Borba e Gumercindo Rocha Dórea, além do meu velho amigo, o jornalista Francisco Ucha, que eu não via há anos, entre outros.
Às 21 horas o povo começou a se retirar, e foi quando eu me decidi a comprar alguns títulos que me interessavam muito: o tijolaço A guerra dos tronos, de George Martin, recentemente publicado pela Editora Leya, e Obra completa de Murilo Rubião, edição de bolso a Companhia das Letras com todos os 33 contos do autor, ambos com preços muito bons.
Além das fotos que ilustram este artigo, Adriano Siqueira disponibilizou em seu próprio blogue uma outra série de imagens, bem como algumas entrevistas que ele produziu no local, com Roberto Causo, Nelson de Oliveira e comigo.








segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mais livros recebidos

Pelo correio, recebi A sete palmos, antologia de Waldick Garret, publicada no finalzinho de 2009 pela editora Novo Século. São sete contos de terror algo diferentes, resvalando ora na fantasia, ora na ficção científica e no mistério psicológico. O autor também tem publicado o romance Manuscrito de sangue, de 2006.
Também pelo correio recebi o romance de ficção científica Véu da verdade, de J. M. Beraldo, publicado em 2005 pelo selo Eridanus. O autor esteve em bastante evidência em 2008 devido ao romance Despertar, publicada pela Devir, no universo Taikodon, jogo online da Hoplon Infotainment. É virtualmente impossível encontrar referências sobre Véu da verdade na internet, mas uma entrevista com o autor, comentando o trabalho, pode ser lida aqui.
Finalmente, recebi em mãos do autor um exemplar de Sombras e sonhos, antologia que assinala a estreia literária de Álvaro Domingues, blogueiro mais conhecido como Pai Nerd, que realiza um trabalho importante de divulgação do gêneros fantásticos no Brasil. O livro foi publicado em 2010 pela Balão Editorial e tem uma apresentação elegante, com bom uso de cores e formato muito confortável, que convida à leitura.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Perfil Literário


Participei, duas vezes nos últimos meses, do Perfil Literário, programa de entrevistas apresentado pelo jornalista Oscar D'Ambrósio e transmitido pela Rádio Unesp FM.
Para quem quiser conferir o áudio destas e de muitas outras entrevistas – com diversos autores de relevância, tanto na ficção de gênero quanto no maisntream – a Unesp mantém tudo arquivado aqui. O arquivo número 804 é só comigo, comentando minha trajetória como editor e contista, sobre o Hiperespaço e outros fanzines que editei; e o arquivo 917 traz a entrevista mais recente, que partilhei com meu colega de Anuário, o jornalista e doutor em ciências políticas Marcello Simão Branco, na qual tratamos especificamente da história do Anuário e da nossas impressões sobre o momento atual da literatura fantástica no Brasil.

Robô Gladiator Perry Rhodan

Uma das mais longevas séries de FC é a alemã Perry Rhodan, uma novela de space opera que já tem mais de 2500 números publicados, com traduções em diversos países.
No Brasil, o folhetim foi publicado parcialmente, a princípio pela Ediouro, entre 1975 e 1991, com cerca de 500 edições. Voltou em 2001 pela SSPG, uma editora ligada aos fãs brasileiros do seriado, que seguiu adiante por aproximadamente mais 100 edições, interrompida finalmente em 2007.
Mas o que me leva a lembrar de Perry Rhodan aqui é a disponibilização de um interessante modelo de papel de um robô que aparece um um dos episódios recentes da novela, o Gladiator que, conforme se pode ver na foto, tem um delicioso ar retrô.
O modelo está disponível para download gratuito no saite oficial da série, com direito a um detalhado manual de instruções para a montagem.
Gostou? Então pegue o seu.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

QI 105

Acaba de chegar, pelo correio, a edição 105 do Quadrinhos Independentes, fanzine publicado por Edgard Guimarães em sua nova fase, distribuído apenas aos assinantes.
A edição traz quadrinhos de Luiz Rosso, Paulo Miguel dos Anjos e Chagas Lima, artigos de Matheus Moura, Diamantino Silva e do próprio editor, que também publica mais quatro páginas de seu folhetim gráfico "Fazenda de robôs" (na verdade, é a forma como o chamo, pois o dito cujo não tem um nome de fato), além das seções "Forum", com cartas dos leitores, e o catálogo de edições independentes do bimestre, que ocupa apenas duas páginas. Apesar do QI ter alterado a maneira como montava a seção, que resultou em um certo encolhimento, acredito que, de maneira geral, a publicação de fanzines em papel realmente reduziu muito nos últimos meses.
Para conseguir um exemplar, é necessário fazer uma assinatura para seis edições. Mais informações com o editor, pelo email edgard@ita.br.

Lançamentos de arrepiar

No dia seguinte ao do lançamento do Anuário, alguns de meus colegas estarão novamente na Livraria Martins Fontes para o lançamento do segundo volume da série de antologias Draculea, organizada por Ademir Pascale e subtitulada O retorno dos vampiros, bem como do romance Na próxima lua cheia, de André Bozzetto Jr.
Além dos dois autores, o evento contará com as participações de Elenir Alves, Adriano Siqueira, Lord. A., Rosi Caobianco, Dione Mara Souto da Rosa, Mariana Albuquerque, Sóira Celestino, Camila Servello Aguirre, Stephanie Pendl, Luciana Fátima, Alex Mir, Evandro Guerra, Geraldo José Sant'Anna, Brenno Dias e Lino França Junior. Vale a pena dar uma esticadinha até lá para conhecê-los pessoalmente.
A Livraria Martins Fontes fica na Av. Paulista, 509, em São Paulo, e o evento acontece no dia 16 de outubro, das 15h30 às 18h30.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Livros recebidos 3

Um dos mais relevantes agitadores culturais no fandom brasileiro de ficção científica nos últimos tempos, Nelson de Oliveira, enviou-me três de seus títulos mais recentes.
Babel Hotel, publicado pela Editora Scipone, é uma novela infantojuvenil creditada ao ilustre pseudônimo Luiz Bras, que este ano esteve concorrendo ao Prêmio Jabuti. A história acompanha a vida de alguns dos moradores da cidade de Cobra Norato, onde todo dia é sexta-feira 13. O livro tem 160 páginas e a ficha catalográfica diz que saiu em 2009, mas de fato ele só veio a ser divulgado e distribuído em 2010.
Junto a ele, recebi o romance Poeira: demônios e maldições, edição caprichadíssima da Editora Língua Geral em sua coleção Ponta de Lança, desta feita assinada por Nelson.
Este livro de 400 páginas, lançado no início de 2010, assinalou o fim da carreira ficcionista do autor, que desde então passou a exercer a tarefa de crítica e edição, ficando a Luiz Brás a função de escrever ficção. A história conta sobre um lugar em que os livros foram proibidos, contudo começam a surgir, do nada, volumes clandestinos por toda parte, enquanto pessoas desaparecem misteriosamente. Uma ideia instigante que remete a metalinguagem. A apresentação gráfica do romance tem muita personalidade, com a bordas pintadas e um acabamento sofisticado, que dá prazer de manusear. Sem trocadilho, certamente não vai pegar poeira na minha estante: vou lê-lo rapidinho.
E já fazem algumas semanas que recebi do autor a antologia Paraíso líquido, de Luiz Bras, publicado pela Editora Terracota. O livro, que reúne treze contos do autor, foi publicado em 2010 com apoio do Proac (Programa de Ação Cultural) da Secretaria de Estado da Cultura, e distribuído gratuitamente aos leitores durante o lançamento.
Uma boa oportunidade para quem quiser conhecer este importante autor da literatura brasileira será o curso Cosmovisão: a literatura encontra a tecnologia, a arte encontra a ciência, que Nelson vai ministrar no Espaço Terracota, no Bairro da Aclimação, em São Paulo, nos próximos dias 29 novembro, 1 e 3 de dezembro. Vale a pena participar. Mais informações, no saite da Terracota, aqui.

Livros recebidos 2

O bom trabalho de divulgação do Anuário 2009 está repercutindo em cantões que ainda não o conheciam, e chamando a atenção de muitos autores.
Esta semana recebi do escritor Thiago Tizzot, exemplares de seus dois livros publicados pela editora curitibana Arte e Letra: o romance O segredo da guerra (2005, 313 páginas) e a antologia A ira dos dragões e outros contos (2009, 212 páginas).
Ambos contam histórias de fantasia heróica passadas no universo de Breasal, uma óbvia corruptela de Brasil. O livro vem creditado a Esdus Daheri, e o autor me explica o porquê: "O pseudônimo foi para reforçar a ideia de que o livro foi escrito em Breasal, achei que seria interessante o autor estar inserido nesse universo."
A antologia tem um componente exótico: os contos foram inspirados nas imagens de John Howe, conhecido ilustrador da saga O senhor dos anéis. E os desenhos que inspiraram o autor também são publicados na edição, em cores, acrescentando-lhe um aspecto dinâmico e muito sofisticado.

Livros recebidos 1

As últimas semanas têm sido pródigas para minha biblioteca. E o mínimo que eu posso fazer neste momento, uma vez que para ler tudo vai demorar um bocado, é fazer a divulgação e agradecer a gentileza de todos os que se dispuseram a encaminhar os volumes.
Para começar, recebi diretamente da editora Casa da Palavra a antologia Contos obscuros de Edgar Allan Poe, organizada por Braulio Tavares. O primoroso volume reúne uma seleta de contos escolhidos entre os menos republicados e os mais perturbadores do poeta americano. O organizador comentou comigo: "Desde 2008, quando defini mais ou menos os contos que entrariam nesta antologia, sempre que vejo uma antologia de Poe, em inglês ou em português, contos quantas histórias coincidem com a minha. Nunca dá mais de 5 ou 6, num total de 16 contos. Espero que o leitor tenha surpresas agradáveis." Sem dúvida. O livro foi publicado em 2010 e tem 214 páginas.
Outro livro que recebi recentemente foi o volume oito da coleção Vampiro, a máscara, publicada pela Devir Livraria. Trata-se do Romance de Clã Ravnos, de autoria de Kathellen Ryan. A coleção tem 13 romances no total, e já saíram Toreador, Tzimisce, Gangrel, Setita, Ventrue, Lasombra e Assamita. Ravnos tem 263 páginas e está quentinho da gráfica. Quem gosta de vampiros certamente vai curtir. O RPG que inspira os romances é uma das bases da moda vampiresca moderna.
Outro volume enviado pela Devir foi Xenocídio, terceira parte da série Ender, de Orson Scott Card, antecedida por O jogo do exterminador e Orador dos mortos. Trata-se de uma space opera da melhor estirpe, ganhadora de diversos prêmios. As duas partes iniciais foram primeiro publicadas no Brasil nos anos 1980, pela editora Aleph. Recentemente republicados pela própria Devir, estão todos disponíveis para quem quiser mergulhar numa FC de alta octanagem. Xenocídio tem 534 páginas e sua resenha deve aparecer no Anuário 2010.
Durante a Fantasticon, realizada em agosto último, reencontrei meu velho amigo Sidemar de Castro, e ele me mandou depois pelo correio a antologia Contos imediatos, organizada por Roberto de Sousa Causo para a editora Terracota. Publicado em 2009, o livro traz em suas 144 páginas, textos de Jorge Luiz Calife, Luiz Bras, Tibor Moricz, Ademir Pascale, Tatiana Alves, André Carneiro e do próprio Sidemar, além de um ensaio de Ramiro Giroldo. Um livro muito simpático, que assinalou a volta de Sidemar ao trabalho literário, ao lado de uma equipe de grosso calibre.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Terrozine 21

Já está disponível para download a nova edição do fanzine de horror Terrorzine, editado por Ademir Pascale.
Neste número, uma seleta sofisticada de minicontos de autores experientes, alguns conhecidos representantes da Segunda Onda da ficção fantástica brasileira e representantes promissores da nova geração: Adriano Siqueira, Allan Pitz, Álvaro Domingues, Anna Amorim, Ataíde Tartari, Danny Marks, Dione M. Souto da Rosa, Edson Rossatto, Elenir Alves, Estevan Lutz, Evandro Guerra, Jorge Eduardo Magalhães, Kampos, Laura Elias, Luciana Fátima, Mariana Albuquerque, Maurício Limeira, Miguel Carqueija, Miriam Santiago, Ricardo Delfin e do próprio editor.
A edição também traz entrevistas com Álvaro Domingues, Alfer Medeiros, Mandy Porto e Cesar Silva. Sim, eu mesmo, falando rapidamente sobre as dores e os amores de se fazer o Anuário. Pegue o seu rapidinho.